PROGRAMA PASTORAL DIOCESANO

2- A celebração cristã é sempre uma festa. Deus, a quem reconhecemos como nosso Criador, enviou ao mundo o Seu Filho para nos salvar do domínio do pecado e, concedendo-nos o seu Espírito Santo, nos fazer seus filhos adotivos. Assim Se revelou como sendo para nós um Pai muito querido, digníssimo de ser amado. E porque nos tornou participantes da Sua natureza em Jesus Cristo seu Filho, reconhecemos que todos somos irmãos, chamados a viver a sua mesma vida. Ele é um só Deus em Três Pessoas. Ele é comunhão, Ele é amor. N’Ele, todos nós somos chamados a ser santos, como membros da sua Igreja, quer dizer, a saborear a sua bondade e a amarmo-nos uns aos outros com o mesmo amor, com o mesmo espírito, com os mesmos sentimentos de Jesus.

Nos escritos do Novo Testamento encontramos o exemplo prático desta vida em comunhão, nas primeiras comunidades nascidas da pregação dos apóstolos. Vemos a sua vida de filhos de Deus sustentada por estes quatro pilares: eram assíduos aos ensinamentos dos apóstolos, participavam na fração do pão, cultivavam a comunhão fraterna, e eram assíduos às orações (Cf. At 2,42). Esses textos testemunham a grande importância que tinha para essas comunidades a participação na Fração do Pão, ou seja, na Eucaristia, e nas orações. Escutar, celebrar, ser comunidade, orar. Cada comunidade cristã via-se como Corpo de Cristo, como templo edificado por Cristo Sacerdote, templo no qual se cumpre o que antes estava prefigurado no Templo de Jerusalém.

 

3- A Constituição Sinodal da Diocese, no número 24, fala-nos da Igreja como Templo do Espírito Santo: Cada comunidade cristã é esse templo, é o lugar onde Deus se encontra com o homem e este com Deus e onde se recebe e se cultiva a reconciliação e a comunhão entre o Céu e a Terra. Por isso, a comunidade cristã aparece neste mundo como a forma primordial da beleza, pois nela resplandece a verdade da fé que professamos e a bondade das obras que praticamos, as mesmas obras de Cristo e do Pai.

 

4- Para que as nossas assembleias sejam de facto celebrantes, e não apenas assistentes, é necessário que cada batizado se reconheça participante da missão sacerdotal de Cristo. Nesse sentido, é preciso ajudar as pessoas a passarem de uma vivência meramente religiosa da fé cristã para uma vida centrada no Mistério Pascal do Senhor e na Liturgia da Igreja. A recuperação do Domingo como dia do Senhor e a purificação das festas religiosas, a implementação progressiva da Liturgia das Horas, e a cuidada celebração da Eucaristia e dos outros Sacramentos, ajudarão a comunidade cristã a viver consciente da sua identidade e da sua missão no meio do mundo (cf. Constituição Sinodal, nº 46).

 

5- Convido-vos, irmãos caríssimos, padres, leigos e comunidades religiosas, a cuidar da qualidade das nossas celebrações. É antes de mais para Deus que nós as realizamos, e não apenas para nós. Se são obra do Espírito Santo, nelas se deve manifestar aquela divina beleza na qual se realiza o encontro da verdade e da bondade. Para podermos celebrar a Eucaristia, precisamos de ser Igreja. Mas não esqueçamos que também a Eucaristia edifica a Igreja e que é celebrando-a, alimentando-nos dela, que crescemos como cristãos. Sem ela, nenhuma comunidade pode consolidar-se, florescer e frutificar (cf. Constituição Sinodal, nº 48-49).

 

6- Também este ano pastoral deve ser vivido em intensa oração de louvor e ação de graças, para darmos a Deus o que é de Deus. Para Lhe darmos espaço e tempo em nossas vidas, vamos continuar a fazer uma Iniciação à Oração em toda a diocese. De facto, há muitos cristãos que rezam pouco ou nada, porque nunca foram iniciados na oração cristã. Por isso, as catequeses para adultos serão, neste ano, as mesmas do ano passado, sobre a temática da Oração.

 

Objetivos gerais:

  1. Recuperar a celebração dominical como centro da nossa piedade e vida cristã.
  2. Celebrar, até à Solenidade de Cristo-Rei, os 250 anos da restauração da diocese.
  3. Promover a dimensão orante da vida cristã, individualmente e nas famílias.
  4. Preparar e celebrar os Sacramentos, sobretudo a Eucaristia, como assembleias celebrantes.
  5. Continuar a evangelizar os adultos praticantes.
  6. Implementar o Catecumenado Batismal em toda a Diocese.
  7. Cultivar o espírito missionário nas paróquias e nas famílias.
  8. Renovar as Pastorais Juvenil e Universitária, preparando as JMJ 2023.
  9. Fomentar a Pastoral Familiar Diocesana.

 

+ João Marcos, Bispo de Beja

 

Tags: