TRÍDUO PASCAL
O Tríduo Pascal, iniciou-se às 18.00 horas de Quinta-Feira Santa, com a Missa da Ceia do Senhor, na qual celebramos a Instituição da Eucaristia, o Sacerdócio e a recepção do Mandamento Novo, expresso de forma significativa pelo exemplo do Mestre e Senhor que realizou o que estava reservado aos escravos, lavando os pés aos Seus discípulos e tendo acrescentado: “Dei-Vos o exemplo para que, assim como Eu fiz, Vós façais também”(Jo 13, 14-15).
D. João Marcos fez a homilia partindo desta realidade vivida na Última Ceia, e referiu-se à dificuldade que também nós encontramos em compreender hoje o gesto de Jesus e alertou para a necessidade de libertar o sacerdócio dos clérigos de “muitos mal-entendidos” para que o mesmo seja valorizado e exercido “não como um poder mas como um serviço”, segundo o exemplo do próprio Senhor Jesus. Concretizando, D. João Marcos afirmou ser claro que, “para muitos diáconos, presbíteros e alguns bispos também, este entendimento do sacerdócio no qual procuramos destacar mais o serviço que o poder, não tem o atrativo mundano daquela promoção social que dantes o sacerdócio católico conferia. E muitos encontram agora essa promoção nos estudos, hoje muito mais acessíveis, e no exercício de uma profissão melhor remunerada. Faltam-nos candidatos que o sejam por serem vocacionados, chamados, que respondam ao chamamento de Deus e não se apresentem para ser padres apenas porque gostam de o ser”.
SEXTA-FEIRA SANTA
Na manhã de Sexta-Feira Santa, pelas 10.00 horas teve início a Oração do Ofício de Leitura e Laudes. Pelas 18.00 horas, iniciou-se a celebração da Paixão e Morte do Senhor com as Leituras Bíblicas da Paixão, a Oração Universal dos Fiéis, a apresentação e a adoração do Madeiro da Cruz e, a terminar, a participação dos presentes na Sagrada Comunhão Eucarística, com a reserva da Missa celebrada na tarde de Quinta-Feira.
No início da Homilia, o pensamento de D. João Marcos voltou-se para o sofrimento das vítimas da guerra, e concretamente, do povo da Ucrânia: “Nestes dias que estamos vivendo, marcados por uma guerra no leste da Europa, as notícias trazem-nos os gritos e as lágrimas de tantas famílias cujos membros, dia após dia têm sido mortos. E não apenas nas notícias dos telejornais, mas também nos refugiados que chegam até nós de mãos vazias, trazendo apenas a roupa que vestem, nós vemos e ouvimos de novo os gritos, as preces e as lágrimas de Jesus Cristo que, sendo inocente, foi condenado à morte, e morte de Cruz.
Depois da experiência tão horrorosa da segunda guerra mundial muitos tinham pensado que, pelo menos entre gente civilizada, a guerra era, definitivamente, assunto do passado. Mas não. Há políticos pensando que, para sobreviverem, e crescerem e brilharem, precisam de matar. As guerras são expressões apenas mais descaradas da mesma realidade perversa que germina silenciosamente, cresce e se manifesta no coração de gente não evangelizada e que, portanto, não conhece e não obedece ao Espírito Santo”
VIGÍLIA PASCAL E DOMINGO DE PÁSCOA
“Alegremo-nos, queridos irmãos e irmãs! O Senhor Jesus Cristo, que por nós morreu crucificado, foi ressuscitado pelo Pai.” (D. João Marcos)
À semelhança do dia anterior, a manhã do Sábado Santo foi assinalada com a Oração do Ofício de Leitura e Laudes. Na parte final, nove catecúmenos recitaram o credo (Símbolo dos Apóstolos) e foram ungidos com o Óleo dos Catecúmenos.
Pelas 21h. 30m, teve início a Solene Vigília Pascal, com o Rito da Luz – Bênção do Lume Novo, no qual foi aceso o Círio Pascal – seguido da sua apresentação na assembleia. Após as velas acesas, a partir do Círio Pascal, foi cantado solenemente o Precónio Pascal, no qual é proclamado solenemente que é chegada a hora de celebrar solenemente as “Festas da Páscoa”. Tal é o Mistério celebrado, a alegria e júbilo que a Igreja, ao expressar-se, parece estar inebriada: “Oh necessário pecado de Adão”; “Oh ditosa culpa”; “a noite brilha como o dia e a escuridão é clara como a luz”.
Nesta Noite, a Palavra de Deus faz-se ouvir de forma demorada e mais intensa (sete leituras do Antigo Testamento, Salmos, Carta aos Romanos e Evangelho). Após a homilia, procedeu-se à Liturgia Batismal (Bênção da Água, Renúncia ao Pecado e Profissão de Fé).
Nesta noite, nove adultos (catecúmenos), que fizeram a sua preparação na paróquia de São João Baptista (Carmo), receberam os Sacramentos da Iniciação Cristã: Baptismo, Confirmação ou Crisma e Eucaristia.
Na homilia, D. João Marcos, dirigindo-se aos que iriam receber o Baptismo depois da renúncia ao pecado e da profissão da fé da Igreja Católica, exortou-os a fixarem os seus corações na Palavra proclamada nesta noite, a considerarem-se “mortos para o pecado e vivos para Deus em Cristo Jesus” e a serem fiéis e perseverantes na vida em Igreja, não a abandonando. Para todos os presentes salientou: “Não busqueis entre os mortos Aquele que está vivo! Não procureis no pecado a felicidade que só o Senhor vos pode oferecer”.
Na Homilia do Domingo de Páscoa, na Missa iniciada às 11h. 30m, D. João Marcos referiu-se de modo particular ao significado, para nós, do acreditar em Jesus Cristo ressuscitado e salientou que “a Comunidade Cristã é o primeiro lugar da manifestação de Cristo Ressuscitado. Por isso a Igreja insiste com os seus filhos para que não faltem, nos domingos, à celebração da Eucaristia. O Senhor ressuscitado manifesta-Se naquela Assembleia reunida, e naquele que em Seu nome preside. Por meio da Palavra de Deus que nos comunica o Espírito Santo, a dureza dos nossos corações abranda, e surge a comunhão fraterna e o amor aos irmãos. Finalmente, no pão e no vinho consagrados, acreditamos que está presente, como alimento espiritual, o próprio Senhor Ressuscitado”. A terminar, “hoje é dia de Páscoa! Alegremo-nos, irmãos, no Senhor. Vivamos a vida nova de filhos adotivos de Deus que nos criou e nos resgatou do pecado e da morte para vivermos com Ele e O amarmos eternamente no Céu. E demos testemunho do Senhor às nossas famílias e vizinhos, aos que se encontrarem connosco, nestes cinquenta dias da Páscoa.”