A Igreja de Santiago Maior, Catedral de Beja
Tanto a origem como a localização da primitiva igreja de Santiago constituem um enigma por resolver, existindo diversas referências à importância da sua colegiada, uma das mais antigas de Beja, rivalizando com a da matriz de Santa Maria da Feira, paróquia contígua. Alguns autores ubicam a sede inicial da paróquia na vizinha igreja de Santa Maria da Graça, depois mais conhecida pela invocação de Santo Amaro, que remonta à transição do século V para o século VI. Outros ligam-na a um espaço de culto independente, também extramuros. É provável que, no século XIV, se fixasse no atual sítio, dentro do circuito das muralhas e perto de uma das suas principais portas. Já seria, então, referência no Caminho de peregrinação a Compostela.
O monumento que chegou aos nossos dias sucedeu a esse edifício e constituiu uma obra de raiz, erguida a instâncias de D. Teotónio de Bragança, arcebispo de Évora entre 1578 e 1602. Prelado renovador das estruturas pastorais do vasto território sob a sua jurisdição, de acordo com as instruções emanadas do Concílio de Trento, e mecenas das artes, D. Teotónio interessou-se pela dinamização da vida religiosa de Beja, a segunda cidade da arquidiocese, sede de uma importante vigararia. Dirigidos pelo arquiteto Jorge Rodrigues, os trabalhos do novo lugar de culto estavam terminados, no essencial, à data da sagração: 14 de Julho de 1590.