Leituras

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    A Igreja católica é constituída por Igrejas Particulares, que são mais vulgarmente designadas por “Dioceses”, e dentro de cada uma delas existem comunidades cristãs, a que chamamos “Paróquias”. A Igreja diz-se católica, que quer dizer universal, por ser uma comunhão de Igrejas Particulares, tendo autonomia cada uma delas ̶ o mesmo não se poderá dizer das paróquias ̶ espalhadas por todos os continentes. Neste sentido, o Papa é, antes de mais, Bispo de Roma. A ele foi-lhe conferida a responsabilidade que Jesus deu a Pedro (Cfr. Mt 16,13-19), nomeadamente todo o poder na Igreja com a finalidade de «confirmar os irmãos na fé»; (Lc 22, 32), é o chamado “múnus petrino”. Assim, a maior missão do Bispo de Roma, ao mesmo tempo Papa, é a de conseguir a unidade da Igreja, ou seja, ele é a rocha da unidade (Khephas). Este termo grego quer dizer “pedra” o que deu origem a Petrus, de onde deriva o nome de Pedro. Compete ao Papa ser o principal defensor dos princípios fundamentais da fé cristã emanados da Sagrada Escritura e da Tradição Cristã, condensados no Credo e encarnados através das orientações dadas pelo Pensamento Social Cristão ̶ designação minha preferida ̶ mas que se designa também por Doutrina Social da Igreja.

    08/01/2022
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  • Conclusão do Ano Dedicado a São José

    Sé de Beja, 8 de dezembro de 2021

                                                                                         

     

    Queridos irmãos e irmãs:

    1. Estamos reunidos na Catedral da nossa diocese, a única diocese de Portugal que tem São José como Padroeiro Principal. Nestas II Vésperas da Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria, celebramos a conclusão deste ano que o Santo Padre lhe dedicou para comemorarmos os 150 anos da sua proclamação como Padroeiro da Igreja Universal.

    As leituras que agora escutámos falam-nos de Maria e de José. De Maria, concebida sem mancha do pecado original, aquela na qual superabundou a graça, na qual a graça reina pela justiça, para nos dar a vida eterna, por Jesus Cristo nosso Senhor (Rm 5, 20b-21). Padroeira e rainha de Portugal, que dia-a-dia invocamos sobretudo com o Terço do Rosário, ela sempre se manifestou próxima de nós como virgem e mãe, como serva e rainha. Pedimos confiadamente a sua intercessão para que as dificuldades da crise que atravessamos redundem em abundância de bens para todos nós. Elas nos façam crescer no amor a Ela e ao seu filho Jesus Cristo.

     

    09/12/2021
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    Há quem desejasse ter a capacidade de adivinhar o número do Euromilhões ou de qualquer outra modalidade de jogo de sorte e azar. Outros julgam que a vida teria menos problemas se pudessem conhecer o futuro. Para saberem se terão um dia e uma semana favoráveis ou não, muita gente consulta o horóscopo.  Procuram-se, desesperadamente, respostas na cartomancia sobre dúvidas de fidelidade conjugais ou de outros tipos. Ainda mais exótico é pessoas dirigirem-se a lugares onde lhes garantem poderem receber, por intermediário/a, mensagens de familiares que já vivem no Além. São sentimentos que, em gente mais vulnerável, em termos emocionais, podem originar enfermidades do domínio psíquico, se não forem acompanhadas em tempo oportuno. Para responder a estes anseios humanos, há quem se dedique ao esoterismo. Trata-se de um determinado “pensamento filosófico”, cujo conjunto de conhecimentos e práticas, que tem de ser secreto para a maioria das pessoas, mas não uma religião. Os intervenientes mais conhecidos são designados por médiuns ou espíritas, tarólogos ou astrólogos, feiticeiros. Respeito quem julga que consegue ter um conhecimento seguro do que há-de vir, através de todas estas complexas práticas. Mas no que acredito mesmo é na possibilidade de se ter uma perceção do futuro, sempre ciente da grande imprevisibilidade que tem qualquer ideia do devir. Sem ter uma razoável avaliação do passado, uma vivência do presente com aprofundado realismo, não se conseguirá ter uma noção séria e responsável do que poderá ser o futuro.

     

    20/09/2021
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  • PROGRAMA PASTORAL DIOCESANO 2021-2022

     

    Caríssimos Diocesanos:

    1 - Vamos responder com a nossa vida, no próximo ano pastoral, a esta pergunta que o Senhor fez aos Seus discípulos na última Ceia, depois de lhes ter lavado os pés: Compreendeis o que Eu vos fiz?

    Além do significado mais habitual de entender, compreender significa também amar e guardar no coração aquilo que o Senhor realizou, para o podermos imitar. Ele, o Senhor e o Mestre, assumiu a condição de servo para fazer o que é próprio do escravo. Não Se limitou a dar-nos conselhos, mas Ele próprio Se adiantou a fazer aquilo que nós, como Seus discípulos, devemos fazer, imitando-O.

    Compreendeis o que Eu vos fiz? Compreendeis o Amor, a Caridade com que Eu vos amei ao ocupar o último lugar da terra ao lavar-vos os pés e ao morrer crucificado por amor de vós?

    Hoje, nesta nossa sociedade, é normal confundir-se a Caridade com a solidariedade. Tendo-se, em certos meios, ridicularizado e reduzido a Caridade à caridadezinha, dá-se preferência à justiça social e à solidariedade, tomadas por muitos como sinónimo e até como algo mais excelente que a Caridade.

    18/09/2021
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  • Texto-base para a fase de consulta

     

    SALVATORE CERNUZIO

     

            Ouvir, «sem preconceitos». Tomar a palavra, «com coragem e parrésia». Dialogar, com a Igreja, a sociedade e outras confissões cristãs. A Secretaria geral do Sínodo publica o Documento preparatório e o Vademecum para indicar as diretrizes segundo as quais se orientará o caminho do Sínodo sobre a sinodalidade, que será solenemente inaugurado nos dias 9-10 de outubro em Roma e a 17 de outubro nas Igrejas particulares, e será encerrado com a assembleia dos bispos do mundo no Vaticano, em 2023.

            O Documento tenciona ser, acima de tudo, um instrumento para favorecer a primeira fase de escuta e consulta do povo de Deus nas Igrejas particulares, que terá início em outubro de 2021 e terminará em abril de 2022: «Uma espécie de canteiro de obras ou experiência-piloto». O Vademecum é concebido como «um manual», que oferece «apoio prático» aos referentes diocesanos para preparar e reunir o povo de Deus. Ele contém fontes litúrgicas e bíblicas e orações online, assim como exemplos de exercícios sinodais recentes e um glossário de termos para o processo sinodal.

            «Não um livro de regras», especifica-se, mas «um guia para apoiar os esforços de cada Igreja local», tendo em consideração culturas e contextos, recursos e vínculos.

    15/09/2021
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  • «Sabemos que passamos da morte à vida porque amamos os irmãos» (I Jo 3, 14). Terminava, assim, o meu último texto. O amor, para além de ser a marca distintiva dos cristãos, é a sua prática que nos garante a vida eterna. Só a força do amor nos permite o encontro com o Ressuscitado. Não só após a morte, mas, desde já, em cada acontecimento da nossa vida terrena. Impulsionados pela energia transcendente que adquiriram ao acreditarem no Ressuscitado, os primeiros cristãos viviam muito unidos, de tal forma que «ninguém chamava seu ao que lhe pertencia, mas tudo entre eles era comum (…). Não havia entre eles qualquer necessitado (…). Distribuía-se então a cada um conforme a sua necessidade.» (Act 4, 32-35). Em suma, viviam todos como irmãos. Aqui reside a essência do cristianismo que torna diferente a visão que se tem entre solidariedade e caridade. A solidariedade é um dever cívico. É uma das marcas da prática da cidadania exercida como um dever assumido com a «determinação firme e perseverante de se empenhar pelo bem comum; ou seja, pelo bem de todos e de cada um, porque todos nós somos verdadeiramente responsáveis por todos» , na extraordinária interpretação de S. João Paulo II. Para os romanos esta atitude traduzia-se no pagamento de uma dívida por alguém contraída, ou para se referirem a algo que teria de ser sólido e consistente. Utilizavam a palavra “solidus” para designarem estes procedimentos.

    07/04/2021
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  • 18 A 25 DE OUTUBRO / 2020

    De 18 a 25 de outubro próximo, decorre a Semana Nacional da Educação Cristã que tem por tema Fortalecer e Apoiar a Família, Igreja Doméstica. A família entendida como Igreja Doméstica é lugar de oração e de transmissão da fé, espaço primordial de celebração e de aprendizagem da vida moral, da comunhão com o Senhor e com os pais e irmãos, com os outros e com a natureza .

    Saúdo os catequistas que, nas paróquias da diocese, estão começando o trabalho de comunicar aos adultos, aos jovens, adolescentes e crianças a Vida de Jesus, na Doutrina e na Moral católicas, e também na Liturgia e nas Orações. Tudo isto é parte integrante dos encontros de Catequese que realizamos. Como sabeis, na Catequese ensinamos, não apenas a doutrina resumida no Credo, mas também os comportamentos próprios dos filhos de Deus, tal como são propostos nos Dez Mandamentos e no Sermão da Montanha. A catequese semanal ajuda-nos a viver a Eucaristia do domingo e a cultivar, na Liturgia e na Oração, uma relação de amor e de verdade com Deus nosso Pai por meio do Seu Filho Jesus Cristo e do Espirito Santo, relação que é fonte de todos os outros nossos relacionamentos com o próximo e com a natureza. Dar catequese é, em suma, comunicardes por palavras e por gestos, a experiência da vossa vida cristã. É com a vossa fé que os catequizandos começam por se identificar.

    Neste contexto lembro aos pais que são eles os primeiros catequistas dos filhos. Sois vós as estrelas que caminham à sua frente. Eles aprendem a viver olhando para vós, imitando os vossos comportamentos.

    Como sabeis, a pandemia do Covid-19 está a alastrar. Peço-vos, caros catequistas, que observeis escrupulosamente as indicações da DGS e mais concretamente as normas do Secretariado Nacional da Catequese publicadas já em número anterior do Noticias  de Beja, para evitarmos o perigo do contágio.

    O Senhor vos abençoe, e aos vossos filhos e catequizandos, e faça frutificar os vossos trabalhos. 

     

    + J. Marcos, bispo de Beja     

    14/10/2020
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  • A propósito da queda do Muro de Berlim

    A queda do Muro de Berlim há 31 anos, além do significado real que teve enquanto mudança efectiva do xadrez político, social, económico e religioso na Europa, teve repercussões em todo o Mundo.

    Recordo-me que, perante as transformações que se sucederam em catadupa e ritmo alucinante, me ter vindo à memória uma frase verdadeiramente clarividente e profética de Santo Agostinho, quando o Império Romano do Ocidente se desmoronava e os Bárbaros escalavam os muros da Cidade de Hipona: “Não é o Mundo que acaba, é um velho Mundo que acaba e um novo Mundo que começa.”

    O Mundo, de facto, mudou, mas continuam a existir outros muros, alguns físicos e outros simbólicos, mas nem por isso menos reais e desafiantes. Dos muros físicos, recordo entre outros, os muros entre: Estados Unidos e México; as duas Coreias; Israel e os Territórios da Autoridade Palestiniana; os elevados por alguns países da Europa para controlarem e impedirem a entrada de refugiados, etc.

    Há, contudo outros muros, de que nem sempre se fala e que continuam a dividir a Humanidade e a ser fonte de sofrimentos atrozes:

     

    05/10/2020
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    Os sinais que nos dá esta pandemia e o contexto de algum confinamento a que a mesma nos obriga, são interpelações que a Igreja pode e deve saber aproveitar, para estudar, rever, preparar e mesmo ensaiar novos processos de evangelizar. O tempo presta-se para ficar na apatia, cruzar os braços, na expetativa de que surja o levantamento completo dos limites a que o vírus nos força. Mas também é propício para a concentração, constituição e lançamento de viveiros de trabalho, sobre áreas diversas da pastoral, ou para a definição de projetos novos ou reformulados que respondam aos apelos deste novo mundo que vai surgindo de todos os quadrantes da nossa sociedade. Este não é o tempo de nos resguardarmos, para depois continuar o que deixámos quando a pandemia tomou conta de nós, do nosso tempo, das nossas relações, das nossas atividades pastorais. O caminho para uma nova etapa, a forma de perspetivarmos o futuro da ação pastoral, é abrirmos as janelas da novidade e assentarmos os processos evangelizadores em rumos diferentes e mais ambiciosos. O tempo de contingência não nos proíbe de pensar, melhorar, construir e até mesmo ensaiar novos processos pastorais.

    03/10/2020
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  • NOTA PASTORAL

    Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé

    SEMANA NACIONAL DA EDUCAÇÃO CRISTÃ

    18 a 25 de outubro de 2020

     

     

     

    No início de um novo ano pastoral e escolar, a Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé dirige a todos os obreiros da educação cristã uma mensagem de apreço e incentivo pela dedicação e coragem com que abraçam este desafio em tempos de incerteza e de dificuldades variadas. Invoquemos a graça do Senhor Jesus e a luz do Espírito Santo para encontrarmos caminhos novos para a situação presente.

     

    1. Agarrar-se ao essencial

    02/10/2020
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  • DIOCESE DE BEJA

    2020-2021

     

    Uma vez que o programa do ano passado, devido à pandemia do Covid-19, ficou em grande parte por cumprir, vamos mantê-lo e adaptá-lo para este novo ano pastoral.

     

    Somos Igreja Celebrante

     

    1- Celebrar é próprio de quem, ao ver-se amado por Deus, deseja corresponder ao seu amor. E porque acredita na sua palavra, espera a realização das suas promessas. Quem se reconhece verdadeiramente amado pelo Senhor sai de si mesmo para O adorar, louvar e bendizer, e também para Lhe suplicar e agradecer. Celebrar é a primeira resposta dada ao Senhor, por quem n’Ele acredita.

    Mas a celebração é muito mais do que isso: é o encontro com o Senhor que nos surpreende salvando-nos gratuitamente do mal e do pecado e enchendo-nos de bens, dando-Se a nós e convidando-nos, pelo Seu Espírito Santo, a viver a Sua mesma Vida! Celebrar é assim, entrar no deslumbramento desta relação com Deus para alimentarmos a nossa vida cristã, ou seja, a Vida Divina, exercitando e cultivando a fé, a esperança e a caridade.

    Celebrando o amor do Senhor e cultivando com Ele um bom relacionamento, descobrimos que se harmonizam todos os outros nossos relacionamentos com o próximo e com a natureza. De facto, celebrar a Deus faz-nos sentir bem, situa-nos corretamente no mundo. Porque nos torna presentes as raízes do passado, celebrar ilumina e dá firmeza ao nosso hoje e alarga-o, abrindo-nos ao futuro. Faz-nos sair de nós mesmos, ajudando-nos a viver na esperança e na caridade. Na celebração, a manifestação do amor de Deus no passado, sobretudo na Morte e na Ressurreição do Seu Filho Jesus Cristo, torna-se memorial cuja força salvífica recebemos hoje, para podermos responder ao Senhor com as nossas obras, vivendo em função da Vida futura que Ele nos prometeu. Por isso, na celebração da Eucaristia, a assembleia aclama jubilosa: anunciamos Senhor a Vossa Morte, proclamamos a vossa Ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!

    Caros irmãos e irmãs: se não cultivarmos a fé na qual fomos batizados, se a nossa vida não está dimensionada pela esperança e se não praticarmos a caridade, se não celebrarmos a Eucaristia e não respeitamos e guardamos o domingo, o dia do Senhor, como podemos considerar-nos cristãos?

     

     

    29/09/2020
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  • O Valor de uma vida entregue

     

    Conheci o Sr. D. Anacleto Oliveira no ano de 2004 quando me convidou a falar, nas férias do Carnaval, na Semana de Estudos do ISET de Coimbra de que ele era diretor, num dia regelado de fevereiro. Depois, quando foi bispo auxiliar de Lisboa, trabalhei com ele num grupo que o Senhor Patriarca D. José Policarpo encarregou de estudar os tratamentos pastorais das pessoas com possessão diabólica e problemas afins. Desse tempo, lembro-me também de um retiro sobre alguns salmos, que ele pregou aos seminaristas dos Olivais. E agora, como bispo, integro a Comissão Episcopal de Liturgia e Espiritualidade a que ele presidia.

    24/09/2020
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    Sé de Beja, 11 de junho de 2020

     

    Caríssimos padres e diáconos, religiosos e religiosas, seminaristas e fiéis leigos, caros irmãos e irmãs:

    Há sete séculos e meio, concretamente desde o ano de 1264, a Igreja celebra a festa do Corpo de Deus, ou seja, a solenidade do Corpo e Sangue de Cristo. Este acontecimento festivo tornou-se expressão da fé católica na presença real de Cristo no pão e no vinho consagrados, mesmo depois da celebração. Na tarde deste dia, o pão consagrado na Eucaristia é levado em procissão pelas ruas de cada cidade, vila ou aldeia. A procissão do Corpo de Deus tornou-se, assim, uma manifestação exterior da realidade espiritual que constitui o âmago profundo da vida da Igreja: a sua união de amor esponsal com Cristo.

    Neste ano em que a pandemia nos impede de exteriorizar pelas ruas da nossa cidade de Beja, este amor a Cristo e a adoração que Lhe é devida como a Deus que verdadeiramente é, convido-vos, caros irmãos e irmãs, a meditar, ainda que brevemente, neste mistério do amor do Senhor pela Sua Igreja, e da Igreja por Ele, seu Esposo.

    14/06/2020
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  • A força de um ínfimo microrganismo, chamado Coronavírus, COVID – 19, e os acontecimentos que estamos a viver, a nível mundial, imbuídos de incontáveis sofrimentos e outras nefastas consequências, suscitam as mais variadas reacções.

    Como crente, e recusando qualquer atitude perante uma espécie de tragédia grega, como se tivéssemos que aguentar, sem nada poder fazer, perante uma fatalidade, opto por fortalecer a minha confiança em Deus que, como “Bom Pai”, não se afasta e bem sabe aquilo de que precisam os seus filhos.

    Enquanto muitos reagem e perguntam “onde está Deus”, escuto a resposta de Deus, devolvendo a pergunta; E tu, (Adão) meu filho, onde estás? O que fizeste?

    Face a tanto mal e sofrimento, uma tentação fácil será a de encontrar culpados e, por isso, em vez de se dizer que “sem o saber, contagiei o meu irmão”, é compreensível a justificação de que “fui contagiado”. Na verdade, normalmente, não se sabe quem infectou e a quem se infecta.

    28/03/2020
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  • Nestes tempos de prevenção e luta contra o Coronavírus, COVID – 19, a impossibilidade de nos reunirmos fortalece a consciência da importância das multiplicas e diversificadas reuniões eclesiais: Eucaristia diária e principalmente ao domingo, Catequeses, preparação e celebração dos Baptismos e Casamentos, bem como a celebração da Reconciliação e da Unção dos Enfermos, a par da atividade própria dos Secretariados, Serviços e Movimentos. Do mesmo modo que valorizamos mais a saúde quando estamos doentes, a experiência atual da Igreja torna manifesto quanto éramos presentes na vida da sociedade e da Igreja.

    Sem dúvida, a generalidade dos Párocos já sente a profunda falta do encontro com os agentes pastorais, a ausência do atendimento quotidiano, a calendarização e celebração dos sacramentos (Baptismos, Casamentos, Reconciliação, Unção dos Enfermos) e principalmente a celebração comunitária da Eucaristia. No entanto, e porque acreditamos que “tudo concorre para o bem daqueles que amam o Senhor”, vivemos um tempo de reflexão e aprendizagem que poderá frutificar em novas formas de presença e acção pastoral.

     

    Conforto e esperança

    Ao longo da história, desde à dois mil anos, a Igreja sempre foi local seguro para que as populações encontrassem conforto e esperança, quer em tempos de paz, quer em épocas de invasões e no meio de guerras, perseguições e doenças, incluindo tempos de pandemias. A este propósito, basta lembrar:

    25/03/2020
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    S. João de Deus
  •  Contra a pandemia
    P. Luca Roveda – (Pavia, Itália)

    Santos Jacinta e Francisco, pequenos videntes de Fátima,
    por singular graça escolhidos por Maria Santíssima no seu Coração Imaculado
    para vos tornardes grandes testemunhas da luz de Cristo,
    a vós recorremos hoje, neste momento de emergência sanitária, de dor e de prova.

    Há cem anos, ó santas crianças,
    vós próprias fostes atingidas pela terrível epidemia de gripe espanhola,
    e carregastes com fé no vosso corpo os sinais e as dores
    do mal que enfrentastes com maravilhosa fé até à morte cristã.

    A nossa Mãe Celeste tinha-vos anunciado a morte prematura,
    associando-a à paixão de Cristo pela salvação do mundo,
    e vós, na doença e na agonia,
    testemunhastes com a contínua oração/ a total adesão à divina vontade.

    Hoje, um século depois,
    somos devastados por uma outra terrível epidemia,
    e dirigimo-nos a vós com confiança,
    para que, através do Coração Imaculado de Maria,
    que os vossos olhos viram já aqui na Terra,
    possais obter para nós a saúde da alma e do corpo, uma fé forte,
    e a capacidade de sermos solidários/ com quantos estão na doença e na provação.

    Vós que, com sorriso gentil e mansidão de coração,
    acolhestes os tratamentos médicos,
    assisti e protegei todos os médicos e os agentes de saúde
    no seu desmedido esforço nesta luta contra a doença.

    22/03/2020
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  • Oração para pedir ajuda, conforto e salvação

     

    Deus Pai, Criador do mundo,

    omnipotente e misericordioso,

    que por nosso amor enviaste o teu Filho ao mundo

    como médico dos corpos e das almas,

    olha para os teus filhos

    que neste momento difícil de desorientação e consternação

    em muitas regiões da Europa e do mundo

    se voltam para Ti em busca de força, salvação e alívio.

    Livra-nos da doença e do medo,

    cura os nossos doentes,

    conforta os seus familiares,

    dá sabedoria aos nossos governantes,

    energia e recompensa aos médicos, enfermeiros e voluntários,

    vida eterna aos defuntos.

    Não nos abandones neste momento de provação,

    mas livra-nos de todo o mal.

    Tudo isto Te pedimos, ó Pai que,

    com o Filho e o Espírito Santo,

    vives e reinas pelos séculos dos séculos. Ámen.

     

    Santa Maria, Mãe da saúde e da esperança,

    roga por nós!

     

    [Bispos da Europa – CCEE e COMECE]

    15/03/2020
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  • João Baptista

    Anualmente, no tempo do Advento, é-nos apresentada a figura ímpar de João Baptista, “o maior entre os filhos de mulher”. Da sua pregação, ressalta que foi um homem livre em relação a todos, denunciando os caminhos mal andados e inclusive, os do próprio rei, tendo vindo a pagar com a vida a sua nobre coragem. No seu estilo e habituado às dificuldades da vida no deserto, bastava-lhe o indispensável no comer e no vestir: “veste tecida com pelos de camelo, uma cintura de cabedal à volta dos rins, gafanhotos e mel silvestre”. O apelo à urgência da conversão, à penitência e arrependimento era feito numa linguagem que nós não suportaríamos: “raça de víboras”, machado à raiz das árvores e a “pá de joeirar”. Deste modo, anunciava o Messias que estava para vir, o qual, no exercício da sua autoridade, havia de fazer justiça, recorrendo a ações violentas. Entre os que o escutavam, eram poucos os que o faziam “com prazer”, antes tinham razões para ficar amedrontados porque no reinado do Messias os pecadores depressa seriam castigados e os incapazes de conversão aniquilados. Então, haveria lugar para “os meninos bem-comportados”.

     

    Jesus Cristo

    03/03/2020
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  • 28/01/2020
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  • Homilia no dia de Natal

    Sé de Beja, 2019

     

    Reverendo senhor padre Novais, amados religiosos e religiosas, caros fiéis leigos:

    1 - Ouvíamos há momentos, na 1ª leitura, esta expressão fortíssima do profeta Isaías: as tuas sentinelas levantam a voz. Todas juntas soltam brados de alegria porque veem com os próprios olhos o Senhor que volta para Sião. E, mais adiante, o Senhor descobre o Seu santo braço à vista de todas as nações, e todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus. O salmo responsorial confirmou a realização desta promessa grandiosa: todos os confins da terra viram a salvação do nosso Deus. Finalmente o Evangelho, o prólogo do Evangelho de S. João, dá testemunho de que o Verbo Se fez carne e habitou entre nós, e nós vimos a Sua glória.

    Ver Deus neste mundo? A Deus, nunca ninguém O viu, atesta o Evangelista, algumas linhas a seguir. Mas acrescenta: o Filho Unigénito, que está no seio do Pai, O deu a conhecer. Na véspera da Sua morte, quando celebravam a última Ceia, o apóstolo Filipe pediu a Jesus: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta! Jesus respondeu-lhe: há tanto tempo que Eu estou convosco e não Me conheces? Filipe, quem Me vê, vê o Pai!

    2 – Ver o Pai?! Ver Deus?!

    A fé cristã, afirma S. Paulo na Carta aos Romanos, nasce no coração de quem escuta o anúncio da Morte e da Ressurreição de Cristo. Mas na pré-evangelização, antes desse anúncio explícito do Evangelho que suscita a fé, é muito importante o testemunho silencioso da vida cristã que serve de preparação para escutar, que ajuda quem o contempla, a escutar. E, mais adiante, haverá, porventura, momentos em que a visão da Sua glória nos ajudará a escutá-l’O de uma forma nova, tal como experimentaram Pedro, Tiago e João, na transfiguração do Senhor, quando ouviram a Palavra do Pai: este é o Meu Filho muito amado: escutai-O! Aliás, como escutávamos no início da 2ª leitura, muitas vezes e de muitos modos falou Deus antigamente aos nossos pais pelos profetas. Nestes tempos , que são os últimos, falou-nos por Seu Filho, que é o esplendor da Sua glória e imagem da Sua substância, cheio de graça e de verdade! N’Ele, em Jesus Seu Filho bem-amado, Deus mesmo vem, como tinha prometido, cuidar das Suas ovelhas, procurá-las e alimentá-las com a sua pessoa e com os seus ensinamentos. E, para isso, tornou-Se visível, assumindo a nossa natureza humana, encarnando e fazendo-Se homem mortal, precisamente para destruir, na Sua morte, o demónio, o pai da mentira.

    A Solenidade do Natal, celebração do nascimento de Jesus segundo a carne, permite-nos ver, ou melhor, entrever, a visão da glória de Cristo. E isso é sublinhado pelas leituras desta celebração. Que é nascer? É ser dado à luz, é vir a este mundo onde o primeiro sentido, assim o diz o povo, consiste em ver. No evangelho de S. João a palavra ver significa acreditar. Diz, por exemplo, que no túmulo de Jesus, o discípulo amado viu e acreditou. A Tomé, o Senhor, convidando-o a verificar as feridas da Sua paixão presentes no Seu corpo ressuscitado, disse-lhe: porque Me viste, acreditaste. Felizes os que acreditam sem terem visto.

    Acreditai, irmãos e irmãs, e vereis Aquele que agora vos fala por meio de mim. Vede, pela fé, Jesus presente na sua Igreja! Escutai-O como fez Maria, irmã de Marta, e servi-O como O serviram, com os seus bens, aquelas mulheres que O seguiam nos caminhos da Galileia e da Judeia.

    3 – Em vossos corações surgirá esta pergunta: que vem realizar, neste mundo, o Senhor Jesus Cristo? Escutávamos há momentos, na proclamação do Evangelho, que o Verbo veio ao mundo e o mundo não O recebeu. Mas àqueles que O receberam e acreditaram no Seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.

    Que maravilha, queridos irmãos e irmãs, nos concede a fé em Nosso Senhor Jesus Cristo! Ele, sendo Deus verdadeiro, pois participa como Filho da natureza do Pai, fez-Se homem, para que nós homens, Suas criaturas,  nos tornemos filhos adotivos de Deus! Ele chama-nos a ser santos e a tornarmo-nos deuses por participação. Sim! Deus fez-Se homem, para que nós, homens, unidos a Cristo Jesus, nos tornemos deuses!

    Esta transformação é o grande objetivo da Sua vinda, é o resumo da missão da Igreja e é também o programa da nossa vida cristã. Somos membros vivos do Corpo de Cristo, Nosso Senhor, que é a Igreja, e participamos da Sua vida e Missão: anunciar, celebrar e praticar, estes três verbos podem resumir, de certo modo, a vida cristã. Anunciar o Evangelho suscita e alimenta a fé. Celebrar na Eucaristia a Sua vitória sobre a morte fortalece a nossa esperança. E praticar o mandamento novo do amor, torna visível no mundo a comunhão fraterna. A vida de Cristo, filho de Deus, traduzida na fé, na esperança e na caridade é cultivada e vivida na Igreja pelos filhos de Deus que somos nós. Esse dinamismo das três virtudes teologais, da fé, da esperança e da caridade descentra-nos de nós mesmos, impede-nos de estagnar e de apodrecer numa vida sem sentido e faz aparecer em nós as mesmas obras de Cristo Nosso Senhor, obras de obediência amorosa ao Pai e de serviço humilde aos irmãos.

    Se este é o programa da tua vida, se vieste ao mundo para seres cristão e filho de Deus, porque vives tão esquecido da caminhada que tens de fazer? Que te detém? Porque estás adormecido, suportando, tantas vezes sem esperança, a rotina do teu dia-a-dia?

    Desperta, tu que dormes, levanta-te de entre os mortos e Cristo te iluminará. Desperta, Igreja de Beja, levanta-te de entre os mortos, celebra e anuncia Cristo teu Senhor e Mestre, e com o clarão da Sua luz iluminarás os habitantes da terra alentejana!

    4 – Mas onde está Aquele que João Batista e os profetas anunciaram? Onde podemos ver a Sua majestade, o Seu poder e a Sua glória? No presépio, em vez do Juiz Omnipotente apenas vemos uma criança débil, dependente em tudo dos cuidados de Maria e de José que a limpam e alimentam. E na Igreja, tantas debilidades e pecados, a todos os níveis, em vez da santidade que seria de esperar dos seus membros…

    Alguma vez vos interrogastes, caros irmãos e irmãs, porque será que de tanta gente que enchia a cidade de Belém nos dias do Recenseamento e viu Jesus, tão poucos acreditaram n’Ele? E porque será que a Sua vida pública se pode resumir a uma sequência de desilusões, e termina no maior de todos os escândalos que foi morrer crucificado? Porque será que, já em Belém, não havia lugar para Ele na hospedaria?

    Feliz de quem não encontra em Mim ocasião de tropeço, dirá anos mais tarde, o próprio Senhor Jesus àqueles que se escandalizavam dos Seus ensinamentos e dos seus comportamentos misericordiosos. Nós acreditamos que Aquele Menino recém-nascido é Deus feito homem. E recebemo-l’O como Mestre e Senhor que vem ensinar-nos. Aceitamo-l’O tal como é, sem O querermos adaptar aos nossos aleijões espirituais, pois nós é que precisamos e devemos converter-nos e adaptar-nos a Ele. Celebrando o Seu nascimento em nós neste ano de 2019, aceitamo-l’O como o Pai no-l’O dá. Ele é o verdadeiro tesouro no vaso de barro da nossa carne. Inteiramente dependente de nós. Celebrar o Seu Natal compromete-nos a cuidar d’Ele agora, para que cresça e possa realizar, em nossas vidas, a Sua obra de Salvação.

    E como se cuida deste Menino que é Deus feito homem? Rezando diariamente, participando na celebração da Eucaristia dominical, cultivando a comunhão fraterna e anunciando o Seu Evangelho.

    Queridos irmãos e irmãs: celebremos com renovada gratidão a Eucaristia, nesta solenidade do Natal. Entreguemos a este Menino cuja imagem vemos deitada nas palhas da manjedoura, mas que agora está realmente vivo e ressuscitado à direita do Pai, intercedendo por nós, todos aqueles que amamos, todas as nossas preocupações e cuidados.

    Cuidemos d’Ele, e Ele cuidará de nós.

    + J. Marcos
     

    26/12/2019
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  • Homilia

    Missa da noite de Natal

    Sé de Beja, 2019

     

    Caríssimos presbíteros, religiosos, religiosas e consagrados, amados irmãos e irmãs no Senhor:

     

    1 – O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; para aqueles que habitavam nas sombras da morte uma luz começou a brilhar. O texto de Isaías que escutámos há momentos, continuava descrevendo a alegria multiplicada, o aumentado contentamento entre o povo que rejubila na presença de Deus, se alegra e exulta como quem saboreia uma grande vitória militar. Mas o motivo desta alegria exuberante é, surpreendentemente, o nascimento de um Menino, do Príncipe da Paz. Aquele povo que andava nas trevas e viu uma grande luz, foi o povo de Israel no cativeiro de Babilónia, fomos nós, queridos irmãos e irmãs, antes de conhecermos Jesus, e ainda são hoje muitos dos nossos contemporâneos que nunca viram resplandecer, em seus corações, a luz d’Aquele que é a luz do mundo, Cristo, Nosso Salvador e Senhor.

    26/12/2019
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  • MENSAGEM DE NATAL

    Diocese de Beja -  2019

     

    Celebremos o verdadeiro Natal!

    A solenidade do Natal, queridos irmãos e filhos no Senhor, com toda a importância que lhe reconhecemos, não é a mais relevante do nosso calendário, mas tem sido a que maior ressonância alcançou, dentro e fora da Igreja. Isso deve-se ao encanto que nos vem de podermos contemplar, num recém-nascido, o cumprimento das promessas de Deus. Deus ama-nos. Ama-nos tanto que não ficou indiferente às nossas vidas, tantas vezes vazias ou cheias de problemas que, por nós próprios, não sabemos nem podemos resolver. Pela Encarnação e pelo Nascimento de Cristo, o Verbo de Deus, recebemos a garantia e a certeza de que, verdadeiramente, Deus está connosco!

    Festejar o nascimento de Jesus não se resume para nós à lembrança agradecida do que se passou em Belém, há dois mil e tantos anos. Esse Menino cresceu, anunciou o Evangelho, foi morto na cruz. Fisicamente, já não está connosco, mas é muito verdadeira a resposta da assembleia celebrante: Ele está no meio de nós!

    19/12/2019
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  •  

    1. Posicionamento Religioso nos Censos Gerais da População

    17/11/2019
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    Igreja de Santiago Maior - Beja
  • D. João Marcos, Bispo de Beja

    Beja, 24 de outubro de 2019

     

     

    Se o grão de trigo que cai na terra não morrer permanecerá só; mas se morrer produzirá muito fruto. Quem ama a sua vida perde-a, e quem odeia a sua vida neste mundo guardá-la-á para a vida eterna (Jo 12,24-25).

    Senhor Vigário Geral, Senhores Cónegos, queridos Padres e Diáconos, Seminaristas, Religiosos e Religiosas, todos vós fiéis leigos de Beja aqui presentes:

     

    1 – Acabámos de ouvir estas palavras do Senhor, que o evangelista João nos transmitiu e que terão sido ditas em Jerusalém, no contexto da Sua entrada triunfal, quando uns gregos se aproximaram e queriam ver Jesus. Estas palavras dificilmente entram nos nossos esquemas de vida. Mas para nós, discípulos de Cristo, elas são necessariamente a norma básica da nossa existência. Onde está o triunfo e o sucesso de Jesus? Em ser crucificado e morrer, como o grão de trigo lançado à terra. A cruz é para o Senhor o trono em que é elevado, em que é levantado e manifestado aos homens sobre a terra. E, por isso, nesse instrumento de tortura e morte ignominiosa, resplandece a glória da ressurreição. Queres ver Jesus? Neste mundo, é contemplando-O crucificado, entregando o Seu Espírito nas mãos do Pai e dando-nos a Sua vida, que melhor O podes conhecer. De facto, a visão de Jesus Cristo que a fé nos dá, é iluminada sempre pelo mistério da Cruz.

    28/10/2019
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  • A morte, apesar de ser a realidade humana mais certa, surge sempre como uma surpresa. Sabia que, de há muito, a saúde do meu amigo Monge estava bastante fragilizada. Contudo, não esperava pela notícia da sua morte, que me foi dada por um amigo comum. Nem eu nem ninguém. Partiu, inesperadamente, sem nos ter dado a possibilidade de lhe dizermos: até logo, Monge!

    Quem o socorreu foi uma das equipas de apoio ao domicílio da sua Cáritas Diocesana de Beja. Não foi um mero acaso. Tinha de ser assim: Com a ajuda de dedicados colaboradores e a confiança de D. Manuel Falcão e de D. António Vitalino, ele tinha erguido o serviço de higiene pessoal e da casa, bem como o fornecimento de refeições na residência das pessoas com debilidades sociais e/ou económicas. Foram, precisamente, algumas das pessoas que agora prestam este serviço que o ergueram do chão onde o encontraram prostrado.

    11/10/2019
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  • Outubro: Mês missionário extraordinário

    Neste mês de Outubro, mês missionário extraordinário, é possível que, frequentemente, sintamos a tentação de exercitar a missão nas "águas tranquilas" das comunidades paroquiais, entre os nossos amigos e aqueles que consideramos mais simpáticos, convidando-os a ingressarem no nosso grupo, para encontros de formação, oração e diferentes experiências consoladoras. Eles já caminham em Igreja e, por isso, vemos facilitada a missão de pescar.

    Contudo, é preciso não esquecer que O Senhor nos convida a pescar nas "águas agitadas" que amedrontam, nos envia por onde Ele começou a Sua pregação, isto é, pela "Galileia dos gentios", ou à "cidade de Nínive", para onde enviou o profeta Jonas: "Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive e apregoa nela a mensagem que Eu te direi" (Jonas 3,1). Apesar das resistências, quem exerce a Missão confiando inteiramente no Senhor, acabará por ter felizes surpresas tal como teve o próprio Jonas: "converteram-se do seu mau caminho e Deus compadeceu-se deles".

    António Novais

     

    10/10/2019
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  • A razão de ser do Sínodo

     

    É com este tema que está a acontecer algo de inédito – pelo menos para mim – na Igreja, que é um Sínodo dos Bispos dedicado a questões relacionadas com uma região do mundo. Trata-se, na verdade, de uma Assembleia Sinodal com caraterísticas muito especiais relacionadas com a Região Pan-Amazónica da Amazónia. Este Sínodo foi anunciado pelo Papa Francisco, em outubro de 2017, tendo procedido ao seu lançamento durante a visita que realizou a Puerto Maldonado, em janeiro de 2018. Esta é mais uma evidência dada pelo Papa Francisco do seu desígnio de aproximar a Igreja das suas fontes primitivas, mantendo-a em permanente estado sinodal. Como todos os encontros desta natureza, também este foi precedido de um vastíssimo processo de escuta, fundamentalmente, aos católicos de todas as condições que habitam na Amazónia, uma região do mundo marginalizada há muito tempo e o seu sofrimento ignorado pelos poderosos do mundo. Neste caso, “escutar” implica reconhecer a Amazónia como sujeito e não como um meio para satisfazer desejos inconfessáveis que interessam a uma pequeníssima minoria, mas que afetam todo o mundo. ”Escutar” requer ainda uma conversão autêntica de todos nós. Mas, durante este mês, pede-se aos Padres Sinodais essa atitude de “escuta” de modo a que se abram às principais questões que surgem das "periferias geográficas e existenciais" durante e após o Sínodo.

     

    10/10/2019
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  • DIA DA IGREJA DIOCESANA de BEJA

    21 de setembro de 2019

     

     

    Senhor Vigário Geral, Senhores Cónegos, Presbíteros e Diáconos, Religiosas e Religiosos, vós todos fiéis leigos:

    1 - Nenhum servo pode servir a dois senhores! (…) Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro!

    Ouvimos, há momentos, no Evangelho. estas palavras do Senhor. E na primeira leitura da missa de ontem, se vos lembrais, escutámos a afirmação de S. Paulo a Timóteo: o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. O amor ao dinheiro, não o dinheiro. O dinheiro é uma coisa boa que facilita as trocas e os relacionamentos interpessoais. O problema não está no dinheiro, está nos nossos relacionamentos errados com ele, quando o pomos no lugar de Deus e lhe pedimos a vida, a felicidade, e tudo o mais que ele não pode dar-nos. O amor ao dinheiro, a idolatria do dinheiro é um erro. Costuma dizer-se que o dinheiro é bom para criado e péssimo para patrão. É bom como meio, e péssimo quando se finaliza, quando se pensa que ele pode resolver todos os nossos problemas. Por isso o Senhor nos dizia há momentos, no final da parábola do administrador infiel, para aprendermos a ser inteligentes como esse administrador: Arranjai amigos com o vil dinheiro, para que, quando este vier a faltar, esses amigos vos recebam nas moradas eternas.

    22/09/2019
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  • -10 de julho de 2019-

    1 - Cantai salmos ao Senhor, vós os seus fiéis, e dai graças ao Seu Nome Santo! A sua ira dura apenas um momento, e a sua benevolência a vida inteira. Ao cair da noite vêm as lágrimas, mas ao amanhecer volta a alegria!

     

    Sr. Vigário Geral, Excelentíssimos e Reverendíssimos Senhores Cónegos, Reverendos Padres e Diáconos, Religiosos e Religiosas, Seminaristas, todos vós, fiéis leigos desta diocese de Beja, aqui presentes:

    12/07/2019
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  • Carta Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa

    A vossa alegria seja completa (Jo 15,11)

     

    1. A alegria de que Jesus nos fala deriva do amor entre Ele e o Pai, amor que teve a sua expressão máxima na oferta da vida pela sua morte e ressurreição. É essa alegria que Ele oferece também ao casal cristão que se une para sempre pelo sacramento do matrimónio: uma alegria que se estende a toda a família que assim começa a formar-se e, por ela, a toda a Igreja e sociedade humana. Dela nos ocuparemos nas páginas que se seguem. Concentrar-nos-emos, para isso, na essência do matrimónio cristão. E só a partir dele abordaremos a necessidade da sua preparação e do acompanhamento nos primeiros anos de vida conjugal.

    Estamos, assim, em sintonia com o Papa Francisco, que nos pede “um esforço mais responsável e generoso, que consiste em apresentar as razões e os motivos para se optar pelo matrimónio e a família, de modo que as pessoas estejam melhor preparadas para responder à graça que Deus lhes oferece”[1]. Um pedido fundamentado na situação por que está a passar a instituição familiar.

     

    A família numa sociedade em mudança

     

    08/05/2019
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